Ainda não há data definida para retorno das aulas presenciais nas escolas municipais de Cachoeiro, mas a nova realidade imposta pela pandemia do novo coronavírus exige um planejamento especial para que a volta das atividades nas unidades de ensino seja viável e segura para a comunidade escolar, independentemente, de quando ocorrer.
Por isso, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) tem atuado para traçar as medidas pedagógicas, administrativas e sanitárias que precisarão ser adotadas no ambiente escolar, após a suspensão temporária e preventiva das aulas.
“Mantemos diálogo estreito com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), para pensarmos, de forma conjunta, novos caminhos e alternativas para as escolas, quando o retorno das aulas for permitido. O ambiente escolar não poderá mais ser o mesmo: esse é o desafio”, afirma a secretária de Educação de Cachoeiro, Cristina Lens.
O município também criou uma comissão intersetorial que está incumbida de planejar as ações necessárias para preservar a saúde da comunidade escolar. Ela é formada por representantes da Seme e das secretarias municipais de Saúde (Semus) e de Desenvolvimento Social (Semdes).
O grupo tem se debruçado sobre pautas relacionadas a protocolos pedagógicos e sanitários a serem efetivados nas unidades de ensino, tais como: a possibilidade de retorno gradual dos estudantes; uso de equipamentos de proteção individual e álcool em gel; medição de temperatura na entrada das unidades de ensino; desinfecção dos espaços escolares; espaçamento social entre os estudantes na sala de aula; medidas a serem adotadas no momento de recreação escolar e para manutenção e limpeza dos espaços escolares e dos alimentos a serem ofertados; planejamento e replanejamento das ações relacionadas ao ensino-aprendizagem; além de protocolos éticos de tratamento às pessoas, a partir de apoio psicológico, pensando no acolhimento, bem-estar e segurança dos estudantes e funcionários.
“Todas as decisões resultam desse trabalho colaborativo entre as três secretarias representadas nessa comissão. Uma das ações já definidas e em andamento é a aquisição de materiais de segurança individual e coletiva, como máscaras de tecido para professores e alunos, tapetes sanitizantes, termômetros com infravermelho, álcool em gel e dispenser para álcool, para que não haja falta de qualquer material quando as aulas retornarem presencialmente”, explica Lens.
Outro ponto que já está na pauta da comissão são os aspectos socioemocionais de estudantes e professores. A Seme, junto à Semdes, irá desenvolver ações com psicólogos, com objetivo de minimizar as dificuldades emocionais que membros da comunidade escolar possam ter.
As escolas também deverão reduzir o número de estudantes por turmas, reorganizar a disposição de mesas e cadeiras e adotar novo formato de horários de entrada, intervalos e saídas dos alunos, para possibilitar o distanciamento recomendado e, logo, evitar aglomerações.
Outra possibilidade cogitada é a realização de aulas em espaços abertos, como jardins e quadras. Nas salas de aulas, as janelas deverão ser mantidas sempre abertas, para arejar os ambientes.
Também são medidas em curso a organização de avaliações diagnósticas e a revisão do calendário escolar junto ao Conselho Municipal de Educação, visando adotar as melhores medidas no cumprimento da carga horária mínima de 800 horas, desconsiderando o cumprimento dos 200 dias letivos, conforme orienta a Medida Provisória Nº 934 (de 1º de abril de 2020), que estabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica decorrente das medidas para enfrentamento da pandemia.
“Mesmo não tendo previsão quanto à data exata de retorno, a Seme já se organizou para atuar, diretamente, junto às escolas, apoiando na nova logística e nas compras de equipamentos referentes ao protocolo de segurança. Nenhuma ação será tomada isoladamente, estamos trabalhando em parceria com as outras secretarias. Entendemos que a retomada das aulas presenciais só ocorrerá mediante a liberação das autoridades de saúde e nosso foco está na segurança de toda comunidade escolar”, pontua a secretária de Educação de Cachoeiro.
Atividades não presenciais
Desde maio, os alunos das escolas municipais de Cachoeiro participam de atividades pedagógicas não presenciais, uma estratégia de ensino que contribui para dar continuidade à oferta de estímulos de cognição que favoreçam a aprendizagem dos conteúdos e o envolvimento da família no processo de ensino-aprendizagem.
No Portal do Aluno, na internet, são disponibilizadas, semanalmente, coletâneas pedagógicas para turmas do Pré I ao 9º ano do ensino fundamental. Já são 245 mil acessos aos conteúdos. Para os estudantes do 1º ao 9º ano do fundamental, há, também, teleaulas, que podem ser acompanhadas pela TV aberta ou pela internet.