Neste sábado (2), é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de destacar a importância de se conhecer esse transtorno, que abrange mais de 70 milhões de pessoas no mundo inteiro e afeta a maneira como elas se comunicam e interagem em sociedade.
Em Cachoeiro, as Secretarias Municipais de Educação (Seme) e Saúde (Semus) desenvolvem trabalhos voltados para esse público, visando a defesa dos direitos e a promoção da inclusão.
Nas escolas da rede municipal de ensino, os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) podem contar com atendimento educacional especializado – complementar ao ensino regular – oferecido com apoio das 42 Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), equipadas com conjunto de aparelhos de informática, mobiliários, materiais pedagógicos e de acessibilidade.
Os educadores das SRM trabalham em conjunto com os professores regentes, organizando atividades colaborativas adaptadas para as tarefas propostas nas salas comuns de ensino regular. A intenção é incentivar as crianças om autismo a produzirem e executarem as atividades. As tarefas abrangem todas as áreas do conhecimento.
Além disso, a Seme também realiza o projeto “Autismo: Conhecendo Para Educar!”, que consiste na realização de encontros com alunos, professores e pais ou responsáveis para a realização de rodas de conversa, com a utilização de técnicas de psicoterapia grupal, tendo como objetivo proporcionar um momento de acolhida e orientações, observando dificuldades a serem trabalhadas e habilidades a serem exploradas em sala de aula.
“O atendimento especializado realizado nas unidades de ensino do município é de grande importância para o desenvolvimento de alunos com autismo. Por meio de atividades especialmente direcionadas para esse público, podemos explorar seus potenciais, respeitando o tempo de cada aluno”, ressalta a secretária municipal de Educação de Cachoeiro, Cristina Lens.
Atendimento na rede municipal de saúde
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Cachoeiro também mantém um olhar atento às pessoas com autismo, atuando nos encaminhamentos para atendimentos especializados.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), é realizada uma avaliação preliminar do paciente que, se necessário, recebe encaminhamento para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que conta com equipes multidisciplinares para acompanhar pessoas diagnosticadas com TEA.
Além disso, as equipes de Estratégia em Saúde da Família (ESF) da UBS também realizam um trabalho de acompanhamento dos familiares, com objetivo de dar orientações a essas pessoas.
De acordo com o secretário municipal de Saúde de Cachoeiro, Alex Wingler, é muito importante que os pais fiquem atentos aos primeiros sinais do TEA, para que seja possível a detecção precoce do transtorno.
“Por meio do diagnóstico precoce, a criança inicia mais cedo o acompanhamento nos serviços de saúde que, alinhado a uma educação inclusiva, permite que a pessoa com autismo e seus familiares tenham uma melhor qualidade de vida. Por isso é muito importante que os pais fiquem atentos, e na manifestação dos primeiros sinais, devem procurar uma UBS o quanto antes”, destaca.
Sinais do autismo a serem observados
De acordo com o Ministério da Saúde, as manifestações do TEA podem variar de acordo com a criança, mas o mais importante é que sejam sintomas prejudiciais ao desenvolvimento e a qualidade de vida da criança e tenham impacto social. Comumente são observados problemas para se comunicar e demonstrar emoções, assim como comportamentos repetitivos e dificuldade na adaptação às mudanças na rotina.
Confira os sinais mais comuns do autismo:
– Atraso na fala;
– Repetição de sons ou movimentos, como bater as mãos e dizer mais de uma vez a mesma palavra;
– Baixo contato visual e poucas expressões faciais;
– Preferência por brincar sozinho, especialmente jogos estruturados e previsíveis;
– Angústia com mudanças, seja um novo alimento ou alteração na rotina;
– Dificuldade em apontar para objetos para demonstrar interesse;
– Hipersensibilidade ao toque, com dificuldade em ser abraçado e encostado;
– Interesse intenso e persistente em itens específicos, como parte de um brinquedo;
– Falta de interesse em outras pessoas e, quando há interesse, esse é inadequado, excessivo e atrapalha o relacionamento;
– Dificuldade para entender e demonstrar sentimentos;
– Impressão de ser surdo por não responder aos chamados, nem do próprio nome.