Psicólogas da Secretaria Municipal de Educação (Seme) de Cachoeiro de Itapemirim estão desenvolvendo nas escolas municipais de educação infantil o projeto “Autismo: Aprendendo para Educar!”. O objetivo é proporcionar apoio psicossocial aos alunos com transtorno do espectro autista (TEA), seus familiares e professores durante o retorno das aulas presenciais.
Em conjunto com a equipe escolar, é realizado o acompanhamento das vivências dos estudantes dentro de sala de aula, a partir de visitas pedagógicas observando dificuldades a serem trabalhadas e habilidades a serem exploradas. Também são passadas dicas para o manejo de comportamentos e atividades para os professores, regentes e profissionais das Salas de Recursos Multifuncional (dentro da Terapia Cognitivo-comportamental), para aprimorar o processo de aprendizagem.
Cachoeiro tem 58 escolas municipais de educação infantil, e as psicólogas visitarão 20 unidades escolares por mês até o fim do ano. Atualmente, 140 estudantes com transtorno do espectro autista estão matriculados na educação infantil da rede municipal de ensino.
“Nosso trabalho também envolve as famílias dos estudantes com TEA. Quando solicitado, promovemos reuniões grupais, dentro dos protocolos de segurança da Covid-19, onde há troca e relatos de experiências atípicas, sentimentos e dificuldades. Nessas reuniões, também apresentamos dicas práticas baseadas na Terapia Cognitivo-comportamental, de acordo com as necessidades apontadas por esses familiares, em relação à rotina com a criança autista”, explica a psicóloga da Gerência Pedagógica de Ensino da Seme, Mariani Polonini de Azevedo Coelho.
Junto à ação das psicólogas, a Coordenação de Educação Especial está realizando Oficinas Formativas de Práticas Diversificadas para os Estudantes Autistas com os professores das Salas de Recursos e pedagogos. O objetivo é elaborar uma apostila com atividades que serão direcionadas aos professores da sala regular como sugestão de material de apoio.
A escola municipal “Pe. Jefferson Luiz de Magalhães”, no bairro Boa Vista, foi uma das escolas visitadas em agosto. O momento foi marcado por ricos relatos de experiências e inferências das profissionais, que sugeriram formas de melhor atendimento às crianças, em prol de seu desenvolvimento pleno na escola, unido aos esforços da família.
“Com essa rede de apoio de múltiplos profissionais, os nossos estudantes são beneficiados na escola com a atenção devida a suas particularidades, atrelando situações de aprendizagens significativas e personalizadas para desenvolver suas potencialidades, em um ambiente seguro, inclusivo, acolhedor e que valoriza a beleza que é a diversidade”, comenta a gestora da escola municipal “Pe. Jefferson Luiz de Magalhães”, Pollyana Fim Pacheco.
“Eu achei super interessante ter uma psicóloga dentro da escola nos ouvindo e sabendo mais dos nossos filhos. A iniciativa na escola Pe. Jefferson foi muito boa para vermos as realidades diferentes que cada criança apresenta e o que podemos fazer para melhorar seu desenvolvimento cada dia mais”, comemora Elida Abreu Germano, mãe de um aluno do Maternal II.
“O desenvolvimento deste projeto nas unidades de ensino é realizado em conjunto com os profissionais de cada escola, envolvendo toda a equipe. Tem sido muito importante para o aperfeiçoamento do aprendizado dessas crianças, sobretudo, nesse momento de transição tão desafiador”, ressalta a secretária municipal de Educação, Cristina Lens.