Começaram a valer, neste mês, novas medidas para a utilização do cheque especial. Entre elas, está o fim da permissão para os bancos cobrarem dos clientes taxas superiores a 8% de juros ao mês. Por outro lado, poderá haver cobrança automática de uma taxa de 0,25% ao mês a quem possui mais de R$ 500 de limite no cheque especial. Diante do novo cenário, o Procon de Cachoeiro faz algumas recomendações para que os clientes consigam reduzir o pagamento de juros.
Uma das dicas é a pesquisa de mercado. Na hora de contratar o crédito, é importante consultar diversas empresas e não apenas a opção oferecida pelo banco onde já se é cliente. Também é válido considerar pegar um empréstimo consignado, pois esta é a linha de crédito com as menores taxas de juros.
Outra maneira de reduzir os juros é o cadastro positivo, que fornece informações positivas do histórico de crédito do consumidor, como pagamento de contas em dia. Para que essas informações fiquem abertas, o interessado pode solicitar, no próprio banco, a adesão.
Pagar as contas na data do vencimento ou dias antes, também é importante, pois mostra que o consumidor está preocupado em manter as finanças em dia. Esse tipo de informação ajuda a aumentar o score de crédito (resultado dos hábitos de pagamento), uma nota que mostra o risco de inadimplência da pessoa. Quanto maior a nota, menor o risco e, por isso, menor a taxa de juros que a instituição poderá cobrar.
Quanto mais detalhado for o cadastro do cliente nas empresas com informações de crédito, mais a instituição que está avaliando o pedido conhecerá o consumidor, o que também ajuda a diminuir a taxa.
Para quem está com dívidas no cheque especial ou cartão de crédito, a solução é trocar a dívida por um empréstimo mais barato. Basta solicitar o valor devido, liquidar todas as pendências e passar a pagar o crédito com taxas mais justas.
“Ainda assim, as dicas são apenas alguns dos prováveis caminhos para diminuir juros e, consequentemente, resolver as pendências financeiras. Portanto, a melhor maneira de ficar em dia, financeiramente, seria o pagamento integral à vista, o que traria uma maior redução de juros”, salienta o coordenador interino do Procon, Ricardo Silva Fonseca.
Novas medidas do cheque especial
Com a publicação das novas medidas, os juros são limitados e os bancos não poderão cobrar dos clientes taxas superiores a 8% ao mês, o equivalente 151,8% ao ano. O Banco Central (BC) permitiu a cobrança de uma taxa de 0,25% ao mês aos clientes que possuem mais de R$ 500 de limite no cheque especial. A tarifa poderá ser cobrada mesmo que o cliente não utilize o limite. Porém, a regra valerá apenas para os novos contratos. Já para os clientes mais antigos, a mudança só passará a valer a partir de 1º de junho.
Quem se enquadra nesse perfil e não quer ser taxado deverá procurar o banco e verificar se haverá isenção, ou pedir a redução do valor do crédito disponível. Essa solicitação deverá ser feita por escrito e com registro de protocolo.
De acordo com o Banco Central, esse teto de juros pretende tornar o cheque especial mais eficiente e menos prejudicial para a população de classe média baixa. Para a autoridade monetária, as mudanças no cheque especial corrigirão falhas de mercado nessa modalidade de crédito.
A taxa média do cheque especial alcançou 306,6% ao ano em novembro de 2019. Mesmo com a redução, ainda será um dos mais caros do mercado. Por isso, a recomendação é para que o cheque especial seja usado somente em emergências.