Os alunos das oficinas artísticas dos centros culturais de Cachoeiro de Itapemirim estão recebendo suas aulas pela internet, durante o período de isolamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus. As oficinas são ministradas por entidades selecionadas no último edital de ocupação de centros culturais, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult).
O Programa de Promoção e Assistência Social – Casa Verde oferece aulas de musicalização infantil na Casa de Cultura Roberto Carlos, com 65 alunos, divididos em oito turmas. Com o isolamento social, as aulas estão acontecendo por meio de aplicativos de mídias sociais, com vídeos e tarefas domiciliares. “O momento exige cautela e colaboração para fazermos jus à credibilidade que cada família deposita em nossos serviços, estreitando ainda mais a efetividade de nossa parceria”, comenta Lorena Sá, uma das professoras do projeto,.
Membros da Associação Teatral de Cachoeiro (Asteca), que realizam aulas de teatro e dança para para crianças, jovens e adultos no Circo da Cultura, estão enviando vídeos com comandos e áudios orientativos aos alunos, por meio do WhatsApp. “Para nossos professores tudo é muito novo, e estamos juntos com os alunos nos esforçando para manter a arte ativa, mesmo em meio a esse momento inusitado”, afirma Talita Miranda Ribeiro, responsável pela Asteca.
Já o Instituto Nossa Senhora da Penha realiza oficinas de criação de dramaturgia e de interpretação, na Biblioteca Pública Municipal “Major Walter dos Santos Paiva”. Atualmente, os participantes – cerca de 60 adolescentes e jovens – estão recebendo vídeo aulas. “Trabalhar teatro on-line não é fácil, pois a arte precisa do encontro. Porém, é preciso encontrar uma forma de reinventar a metodologia, para que os alunos continuem animados para o retorno futuro das aulas presenciais”, explica a coordenadora pedagógica do projeto, Brenda Perim.
A Associação Cultural Mocambos Capoeira, por sua vez, é responsável pelas aulas de capoeira e outras expressões populares, que acontecem no Centro Cultural Mestre Salatiel. As oficinas contam com mais de 40 alunos inscritos, e os professores têm realizado as aulas por vídeo conferências ao vivo, através de um aplicativo, e envio de vídeos adicionais. “Foi o meio que encontramos para dar continuidade ao trabalho e trazer um pouco de alegria em meio a esta crise”, ressalta a mestra Kely Belato (Vampyra).
“Em um momento onde estamos reaprendendo a viver, usar a criatividade e se reinventar são saídas para que as coisas não parem. Os profissionais da arte estão criando e usando as ferramentas possíveis para prosseguir. Vamos acreditar”, ressalta a secretária municipal de Cultura e Turismo, Fernanda Martins.
Artes plásticas e cerâmica
Também no Centro Cultural Mestre Salatiel, eram realizadas as oficinas de artes plásticas e cerâmica, coordenadas pelo Projeto Tauá. De acordo com o produtor artístico, Anclébio Júnior, não foi possível adaptar as aulas por meio tecnológicos, pois, a maioria dos participantes (idosos) são do grupo de risco do coronavírus. Além disso, muitos deles não possuem boas conexões ou aparelhos com acesso à internet.
Outro empecilho, segundo o produtor, é a dificuldade de obtenção do material utilizado para a produção de peças para arte ceramista. “É um momento complicado, mas quando tudo isso passar, as aulas serão repostas e este tempo será muito bem aproveitado pelos alunos”, salienta.