Cachoeiro acaba de contemplar a primeira área com o programa municipal de proteção de nascentes, o Nascentes Vivas. Trata-se de uma propriedade rural na localidade de Campos Elíseos, no distrito de Burarama, que usa a pastagem para alimentação de gado de leite e de corte.
Na ação proposta pelo programa, o trecho onde a água brota é cercado, para evitar acesso de grandes animais, por exemplo. A prefeitura cadastra o dono da área e fornece kit com mourões, arame, grampos e, em alguns casos, mudas de plantas.
A região de Campos Elíseos compõe a microbacia do ribeirão Floresta, afluente do rio Itapemirim. “Por lá, com os recentes períodos de estiagem, as propriedades no início do ribeirão tiveram aumento no consumo de água, por exemplo, para irrigação. O recurso ficou menos disponível nas áreas mais baixas, mais próximas ao Itapemirim”, explica o secretário de Meio Ambiente em exercício, Fernando Martins.
Nesta primeira etapa, 200 áreas serão beneficiadas no município. A meta é recuperar 1.500, em três anos. As ações do Nascentes Vivas são conduzidas por parceria entre as secretarias municipais de Meio Ambiente (Semma) e de Agricultura e Interior (Semai) e a ONG Caminhadas e Trilhas. O suporte técnico conta, ainda, com relatórios da Defesa Civil.
O programa também prevê assistência técnica e oficinas de educação ambiental, envolvendo produtores, comunidades e lideranças locais. “Essa primeira nascente contemplada fica em uma das propriedades mais afetadas com a diminuição na vazão do Floresta. Mesmo com pouca água, a família foi persistente, e a criação de gado continuou, embora com menos animais”, explica o gerente de Agricultura da Semai, Josué de Castro Correia.
Seis nascentes em dez dias
As duas margens do Floresta e dos córregos Mangueira e Bom Destino, em Pacotuba, integram a primeira etapa. São 16 sedes de distrito ou localidades, com propriedades já cadastradas.
Durante esta semana, fica pronto o serviço na segunda área, na mesma região. Para a semana seguinte, a previsão é de conclusão em outras quatro.
“Esse primeiro trabalho protege a nascente e evita o pisoteio por parte do gado, para que a vegetação possa se desenvolver normalmente no entorno. Estamos fazendo, na prática, o que vem sendo dito há muito tempo. Faltava esta ação efetiva de correção do problema”, destaca o secretário municipal de Agricultura e Interior, Robertson Valladão.