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Patrimônios vivos

Lei Mestre João Inácio contemplou mais três mestres da cultura popular

Lei contribui para a manutenção das tradições populares em Cachoeiro
Foto: Divulgação/PMCI

Mais três representantes da cultura popular receberam, em 2021, o título de Patrimônio Vivo do Município de Cachoeiro de Itapemirim, pela Lei Mestre João Inácio: Patrícia Aparecida da Conceição Ladislau (Contramestra “Ligeira”), Diogo Sant’anna Fardin (Mestre Bulldog) e Rodimar Monteiro Vieira (Mãe Rodilene de Oyá).

A Contramestra “Ligeira” tem atuação junto à Associação de Capoeira Navio Negreiro, tendo sido a a primeira mulher graduada como contramestra no Sul do Espírito Santo. Mestre Bulldog também tem experiência de mais de 20 anos transmitindo conhecimentos de capoeira, maculelê e samba de roda em ações comunitárias.

A Mãe Rodilene de Oyá, por sua vez, teve sua habilitação referendada neste mês de agosto. Ela tem mais de 40 anos de vivência em manifestações de matriz africana, tendo sido iniciada na Umbanda, na infância, e no Candomblé, na fase adulta – é a primeira pessoa com atuação, diretamente, relacionada a religiões de matriz africana incluída na Lei Mestre João Inácio.

Criada em 2002 e reformulada em 2019, a Lei Mestre João Inácio visa reconhecer pessoas com atuação destacada na cultura popular com o título de Patrimônio Vivo do Município de Cachoeiro de Itapemirim. A habilitação pode ser concedida a pessoas maiores de 40 anos, eque comprovem atuação de mais de 20 anos na área cultural e residência na cidade pelo mesmo período.

A lei estabelece o limite de três pessoas reconhecidas como patrimônios vivos por ano e 40, no total. A avaliação dos requerimentos é feita pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult), junto ao Conselho Municipal de Política Cultural (CMPCCI). Com os novos três incluídos este ano, o número total de contemplados, atualmente, é 22.

Tanto o título de patrimônio vivo, quanto o recebimento anual de 300 UFCI (Unidade Fiscal de Cachoeiro de Itapemirim), são direitos vitalícios – no caso do benefício em dinheiro, é preciso apresentar o requerimento anual, com comprovação de atividades, até o último dia útil de abril.

Com isso, o município contribui para a valorização e continuidade das atividades da cultura popular que tem, nos mestres e mestras, os principais agentes de perpetuação das tradições.

A Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim já realizou os pagamentos da Lei Mestre João Inácio de 2021. O valor total investido foi de R$ 101.694.

“As manifestações populares têm um papel importantíssimo na constituição das tradições culturais de Cachoeiro. A Lei Mestre João Inácio é fundamental para a valorização dessas práticas, historicamente marginalizadas e ainda vistas com muito preconceito por algumas pessoas. É muito gratificante garantir o pagamento desse benefício, em um momento de muita dificuldade para o setor cultural por conta da pandemia”, destaca a secretária municipal de Cultura e Turismo, Fernanda Martins.