A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou, na tarde desta terça-feira (30), que dois casos suspeitos de varíola dos macacos foram confirmados no município.
São os primeiros registros da doença na cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), os pacientes já estão curados e permaneceram em isolamento até que o resultado dos exames, que são realizados no laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), confirmassem a presença do vírus monkeypox, causador da doença.
“Após coletadas, as amostras são enviadas para o Laboratório Central do Espírito Santo, que realiza o diagnóstico de doenças que possuem sintomas semelhantes aos da varíola dos macacos. Caso essas doenças sejam descartadas, a amostra do paciente é encaminhada ao Rio de Janeiro, o que ocasiona um tempo maior no processo do diagnóstico”, explica o secretário municipal de Saúde de Cachoeiro, Alex Wingler, acrescentando que os familiares dos pacientes foram monitorados e não apresentaram sintomas.
Causada pelo vírus monkeypox, a varíola dos macacos apresenta sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares, gânglios inchados, calafrios e exaustão. Dentro de 1 a 3 dias, após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea (lesões na pele), geralmente, começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
A recomendação das autoridades médicas é de que sejam reforçadas as medidas já adotadas durante a pandemia de Covid-19, como higienização frequente de superfícies, disponibilização de recipientes abastecidos com álcool em gel 70% ou de pias com água e sabão para a lavagem das mãos.
Ao sentir algum sintoma suspeito que possa ser compatível com a doença, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para avaliação. No atendimento, é importante informar, se houve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença.
Além disso, é preciso seguir o isolamento indicado pelos especialistas em saúde até o desaparecimento completo das lesões na pele (cerca de 2 a 3 semanas).
“É importante estarmos atentos, principalmente, aos grupos mais vulneráveis a desenvolver a forma mais grave da doença, que são aqueles com sistemas imunológicos mais fragilizados, como os imunossuprimidos, gestantes, crianças e idosos. É preciso redobrar a atenção com esses públicos”, destaca Wingler.
Embora seja denominada “varíola dos macacos”, a doença não tem relação com os primatas, até onde se sabe. De acordo com a Sociedade Brasileira de Primatologia, não há a participação de macacos na transmissão para seres humanos. Todas as infecções identificadas, até o momento pelas agências de saúde no mundo, foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.
Varíola dos Macacos no Espírito Santo
Em boletim divulgado, nesta terça-feira (30), a Sesa atualizou os dados da varíola dos macacos no estado. Até o momento, 202 casos foram notificados. Desse total, 31 apresentaram resultados positivos para a presença do vírus, 91 seguem suspeitos e outros 80 foram descartados.
Vitória é o município com mais casos da doença, 9 no total, seguido de Vila Velha e Guarapari, com 8 e 4 notificações confirmadas, respectivamente.
O público masculino representa 80% dos casos identificados da doença que, no Espírito Santo, está distribuída, majoritariamente, na faixa etária dos 20 a 29 anos.
Quanto aos sintomas, as lesões na pele foram os sinais mais recorrentes da doença em pacientes no estado, presentes em cerca de 93% dos casos.