Cachoeiro de Itapemirim será um dos três municípios da região Sul do Espírito Santo contemplados com um projeto do governo estadual para revitalização de bacias hidrográficas. A proposta foi apresentada pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) na tarde desta quarta-feira (23), em reunião com representantes da Prefeitura de Cachoeiro no Palácio Bernardino Monteiro.
O projeto visa a realização de um trabalho de preservação em uma comunidade com cerca de 100 propriedades rurais que tenha relação direta com uma microbacia específica. As ações incluem instalação de fossas sépticas biodegradáveis em locais sem rede de esgoto, criação de mecanismos de reservação de água (barraginhas, caixas secas, cordões de infiltração) e direcionamento de benefícios do Programa Reflorestar para recuperação e conservação de cobertura florestal.
Essa comunidade – que ainda será definida – servirá como uma unidade demonstrativa, a ser monitorada ao longo de três anos para averiguação dos resultados gerados com as ações, como evolução na qualidade da água, por exemplo.
As conclusões obtidas com o trabalho nas unidades demonstrativas servirão para reproduzir as ações em outras comunidades. Esse segundo momento do projeto também prevê a criação de mecanismos mais robustos para lidar com eventos extremos, como a construção de estruturas para amortecer as ondas de cheias nos rios em períodos de chuvas intensas.
Para a realização do projeto, que deverá ser iniciado ainda em 2021, serão direcionados cerca de R$ 8,5 milhões do Fundo Estadual de Recursos Hídricos e Florestais do Espírito Santo (Fundágua) para as unidades demonstrativas dos três municípios participantes – Cachoeiro, Muqui e Vargem Alta. As prefeituras também darão apoio às ações.
Durante a reunião desta quarta-feira, o diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert, destacou que a tendência é de que eventos naturais extremos, como enchentes, se tornem cada vez mais frequentes, e que é preciso investir na revitalização das bacias hidrográficas.
“Nossa expectativa é de que o projeto proporcione melhor qualidade de vida para os moradores da área rural e contribua com o meio ambiente, principalmente melhorando a qualidade da água dos afluentes. E esperamos tornar a bacia do rio Itapemirim mais resiliente, mais preparada para os eventos adversos”, afirmou o diretor-presidente da Agerh.
“Se não iniciarmos o trabalho preventivo, que não se restringe ao monitoramento da vazão do rio, nós teremos desastres todos os anos. Nós já temos feito ações de preservação dos recursos hídricos, como o programa Nascentes Vivas, mas esse projeto nos permitirá monitorar os resultados de forma mais eficaz – o que contribui, inclusive, para o convencimento da população sobre a importância desse trabalho”, acrescentou o prefeito Victor Coelho.