De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três mulheres, em todo o mundo, sofreu violência física ou sexual por parte do parceiro ou de terceiros durante a vida. Em Cachoeiro, para amparar as vítimas, é oferecido atendimento psicossocial gratuito.
O serviço é prestado pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que conta com equipe qualificada para prestar a assistência e fazer a articulação com demais órgãos que compõem a rede de proteção à mulher, para encaminhamentos a outros atendimentos.
Por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), o Creas disponibiliza assistente social e psicólogo às vítimas, que passam a ser acompanhadas pela equipe, de forma presencial (inclusive, com visitas domiciliares) e remota.
O acesso ao atendimento se dá pela procura espontânea à sede do Creas, localizada na rua 25 de Março, 692, Centro, e de encaminhamentos feitos por outros equipamentos sociais, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), e órgãos da rede de proteção à mulher, como a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Com a Deam, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes) firmou uma parceria para ampliar o acesso de mulheres violentadas à assistência psicossocial oferecida pelo Creas. As vítimas atendidas na delegacia são orientadas a buscar o serviço e já saem do local com o atendimento agendado no Creas.
“Ao serem encaminhadas ao Creas, as mulheres vão ter todos os atendimentos e encaminhamentos necessários pra auxiliar no fortalecimento e superação da violação de que foram vítimas. Ela entende que não está sozinha e que possui profissionais especializados que podem ajudá-la durante todo esse processo”, ressalta a secretária de Desenvolvimento Social de Cachoeiro, Márcia Bezerra.
O Creas funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h, e também atende pelo telefone 3155-5303. Para denúncia de casos de violência contra a mulher, a orientação é acionar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Cachoeiro, que fica na rua Coelho Melo, nº 1, no bairro Independência, em frente ao Fórum, e atende pelo telefone 3155-5084. Outro canal de denúncia é o telefone 180 (Central de Atendimento à Mulher).
“É importante que as mulheres conheçam esses serviços que estão à disposição. Existem ações conjuntas que podem auxiliar as vítimas de violência. A divulgação dessas ações é extremamente relevante, porque elas podem salvar vidas”, salienta a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Marilene Depes.
Campanha
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), a Prefeitura de Cachoeiro lançou a campanha “Mulher, você pode”. A iniciativa exalta a força feminina para enfrentar os desafios e reveses da vida, mas, também, lembra da importância de se combater a violência doméstica.
Para isso, além de conhecer os canais de denúncias, é preciso saber identificar as diferentes formas de violência, que não se resumem a agressões físicas. Confira:
Violência física: conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher. Exemplos: tapas, socos, empurrões, queimaduras, empurrões, tortura.
Violência psicológica: ameaças, cárcere privado, manipulação, insultos, ciúme excessivo, perseguição. A violência psicológica costuma vir antes dos outros tipos. Abala a autoestima da mulher e a deixa fragilizada para enfrentar a situação.
Violência sexual: o estupro é a forma mais conhecida, mas a violência sexual também ocorre de outras formas, como: matrimônio forçado, proibição de uso de métodos contraceptivos, exigência de práticas que ela não gosta ou aborto contra vontade.
Violência patrimonial: ocorre quando a mulher tem sua renda ou patrimônio subtraídos ou destruídos pelo agressor. São comuns casos de extorsão, apropriação de bens e estelionato.
Violência moral: quando o agressor tenta fragilizar e denegrir a reputação da vítima, seja por meio de calúnia, difamação, exposição de conteúdo íntimo ou críticas mentirosas.